“Vampiro comum”, um morcego de nome evocativo, desenvolveu suas próprias ferramentas para compensar o baixo valor nutricional do sangue e as muitas doenças que transporta, integrando assim a pequena família de mamíferos amantes de sangue, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (19).
Com sua impressionante mandíbula, seus dois grandes dentes incisivos, e gosto pelo sangue, o vampiro commum (Desmodus rotundus) construiu uma reputação um tanto assustadora.
Ainda mais porque se nutrir exclusivamente de hemoglobina é muito raro no reino animal. O sangue é pobre em nutrientes, em glicídios e em vitaminas. Além disso, transporta muitas doenças.
Apenas duas outras espécies de mamífero se contentam com esse tipo de dieta, ambas de morcegos: os “vampiros de patas peludas” e os “vampiros de asas brancas”.
Para descobrir o que permite ao animal viver apenas de sangue, Marie Zepeda Mendoza, da Universidade de Copenhague, e seus colegas sequenciaram o genoma do animal e estudou os micro-organismos (bactérias, leveduras, fungos, vírus) que abriga.
Segundo o estudo publicado nesta segunda-feira na “Nature Ecology & Evolution”, o genoma do vampiro compreende duas vez mais variantes genéticas do que os demais morcegos, que consomem frutas, néctar ou insetos.
Uma descoberta que revela as muitas mudanças genéticas ligadas a esse modo de alimentação.
G1