Um estudo realizado pela oncologista Luciana Landeiro, da equipe do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) / Grupo Oncoclínicas, revela que mulheres com diagnóstico de câncer de mama, mesmo aquelas que já enfrentaram a doença, têm menos chances no mercado de trabalho. O estudo “Retorno ao trabalho após o diagnóstico do câncer de mama: Estudo prospectivo observacional no Brasil” é resultado da tese de doutorado da médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e foi publicada na Revista Cancer, publicação cientifica norte-americana e uma das principais revistas internacionais na área de oncologia.
O câncer de mama é o tumor mais comum em mulheres em todo o mundo. Avanços no rastreamento e no tratamento da doença têm contribuído para o aumento das taxas de sobrevivência após o tratamento da doença. “Apesar da alta incidência da doença, as taxas de recorrência e mortalidade têm diminuído graças aos avanços da medicina e a conscientização cada dia maior da população sobre a importância dos exames preventivos”, afirma Luciana Landeiro. Um aspecto importante relacionado ao bem estar e qualidade de vida da paciente com câncer de mama é a possibilidade de retornar ao trabalho após o diagnóstico e tratamento. Segundo a médica e pesquisadora, “em muitos casos, a depender do quadro da paciente, o afastamento do trabalho durante o tratamento oncológico é natural por causa dos efeitos colaterais, mas o retorno às atividades profissionais no momento adequado é fundamental para reintegração social e simboliza uma superação da doença, e volta à normalidade ”. A perda ou afastamento do trabalho pode comprometer o orçamento familiar, a qualidade de vida, a autoestima e a própria capacidade de arcar com o tratamento.
Na América Central e do Sul, há poucos estudos e pouca informação sobre a frequência ou padrão de retomada de trabalho entre pacientes com câncer. O estudo foi realizado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), hospital público de referência no tratamento do câncer, e teve o objetivo de identificar o retorno ao trabalho nos dois primeiros anos após o diagnóstico e os fatores que podem influenciar nessa questão. A pesquisa foi realizada em mulheres com idade entre 18 e 57 anos em tratamento oncológico e que estavam empregadas antes do diagnóstico da doença. O estudo não incluiu pacientes com câncer metastático.
(Assessoria)