A venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, foi aprovada, sem restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), conforme informação publicada no Diário Oficial da União dessa quarta-feira (9). A refinaria deverá ser vendida pela Petrobras para a MC Brazil Downstream Participações, empresa do fundo de investimentos árabe Mubadala.
A estatal anunciou a venda da RLAM para a Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,65 bilhão em 24 de março. O preço ficou abaixo do definido pela companhia como referência e abaixo das estimativas feitas por BTG Pactual, XP Investimentos e Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP).
O INEEP estimou o valor da RLAM entre US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões. Analistas do banco BTG Pactual afirmaram que o total a ser pago pelo ativo está 35% abaixo do valor de mercado. A XP Investimentos também analisou o valor como aquém das expectativas. A própria Petrobras havia definido o valor de US$ 3,04 bilhões para a RLAM.
O Sindicato dos Petroleiros (SINDIPETRO) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiram com greves e protestos em diversos pontos do país. Segundo o presidente da FUP, Deyvid Bacelar, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica falha, mais uma vez, diante de seu papel e não cumpre sua função.
“Não poderia exigir que uma empresa se desfizesse de seus ativos. Isso não existe. Ele é um órgão para regular a concentração econômica, a partir de negócios realizados pelas empresas”, posicionou-se o dirigente da FUP por meio de nota, destacando que a entidade seguirá lutando para que a refinaria não seja vendida ao fundo árabe.
A Tarde