Para quem acha que uma manchete deve trazer toda informação que julga necessário, certamente perdeu um possível entendimento a respeito desta chamada. Quando se aproxima a época das eleições, algumas pessoas começam a se movimentar de acordo com os seus interesses, e fazem outras acreditarem que a mudança que buscam é em prol da coletividade. Alguns políticos migram de partido e de lado para concorrer o pleito, e muitas vezes a oportunidade para se eleger ou reeleger está na oposição. Toda administração pública tem um grupo de insatisfeito ou pelo menos o que toma coragem de se expor, e é aí que candidatos aproveitam e vão concorrer juntos com estas pessoas. Os que saem vitoriosos usando o slogan de opositor, no outro dia começam a pensar como serão seus mandatos. Com o passar do tempo a maioria comprova que ser eleito pela oposição não significa ser de oposição.
Pela lógica o legislativo já era para ser um opositor ao executivo, não no sentido de achar que tudo está errado e sim usar sua essência de fiscalizador, mas na prática não é assim que funciona. Para que uma gestão não governe sem nenhum incômodo, é preciso alguém mais disposto a ser questionador ou questionadora com mais frequência e as vezes firmeza, o que não significa que o opositor não vote a favor. Nenhum governo é tão bom que não tenha algo de ruim, e nem tão ruim que não tenha algo de bom. É comum as bancadas oposicionistas serem menores do que as que apoiam diretamente os gestores, em cidades pequenas então, isso acontece quase que sempre. Em São Francisco do Conde por exemplo, a legislatura que começou em 2021 tem apenas duas parlamentares que não foram eleitas na base governista, 11 apoiam o prefeito, nesta dupla apenas uma fala.
Eleitas pelo Democratas, Ró Valentim vem mostrando que pelo menos em matéria de questionamento e segurança com as palavras, que segue os passos de Rilza Valentim, ex-prefeita deste município, que infelizmente morreu em 2014. A outra é Minga de Joinha, esposa do ex-vereador Joinha, que deixou o grupo de Evandro em 2020, acreditando que Ralison Valentim seria eleita, e foi ser o seu vice. Como pessoa, é dito pela cidade que Joinha é boa gente e ajudava muito quem precisava, e sabemos que em São Francisco do Conde, o vereador é uma prefeitura paralela, acaba fazendo muito, mesmo que digam que não é atribuição, mas fazer o que, vai deixar o pobre na necessidade naquele momento? O problema é que isso se tornou um ciclo vicioso. No entanto Joinha nunca foi de falar, exceto no finalzinho do mandato quando já tentava ser vice do outro Lado. Com a chegada de Minga pela oposição, pensamos que tornaríamos sessões mais interessantes, não que o povo queira ver um bate boca, mas todos gostam da boa discussão de ideias e não de falas repetidas sobre a importância desta indicação. Quem achou que Minga seria uma voz ativa se enganou, ela pode estar seguindo o trabalho de seu esposo, sendo uma ótima pessoa para um determinado grupo, mas em relação ao todo, melhor seria não tê-la com um título de opositora. Por sinal dentro do próprio grupo tem gente que questiona mais do que a vereadora sendo do lado oposto.
Este texto não tem a mínima intenção de favorecer ou prejudicar alguém, ele é apenas uma crítica construtiva. Se por ventura algum se sentir ofendido com o que foi dito, saiba que não tem nada de pessoal nele. Quem assume cargos públicos está sujeito a avalição tanto do povo quanto da imprensa. As falas não representam a verdade absoluta, afinal a verdade é relativa e pode ser vista de diferentes pontos de vista. Na cidade têm pessoas que criticam, cobram e têm perfis que até aplaudimos, mas quando são confrontadas, preferem chamar sites de “blogzinhos e imprensazinha”. Pelo menos uma coisa pode ser certa, todos queremos o bem da cidade e por isso falamos ou as vezes ficamos calados. A democracia é boa por isso, ela nos permite criticar, e os inteligentes também aceitam a réplica e as transformam em trabalho.
Egivaldo Lima, Jornalista, Pós-Graduado em Comunicação Organizacional com Ênfase em Assessoria de Imprensa. DRT-BA 4879
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