VARICOCELE E HÁBITOS DE VIDA PODEM AFETAR A FERTILIDADE MASCULINA

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Considerada uma das principais causa da infertilidade no homem, a varicocele consiste na dilatação anormal das veias que drenam o sangue na região dos testículos. A doença, que acomete jovens principalmente a partir dos 15 anos, compromete o fluxo venoso, causando o acúmulo de substâncias nocivas no órgão e o aumento da temperatura local, o que pode acarretar diminuição na produção e na qualidade dos espermatozoides, consequentemente, comprometendo a capacidade de fertilização do óvulo. A varicocele pode causar dores e inchaços na região, mas em grande parte dos casos a doença é assintomática, não afeta a vida sexual, e, muitas vezes, só é descoberta quando o paciente não consegue engravidar sua parceira.

 “Muitos casos de infertilidade associada à varicocele só conseguem ser resolvidos pela fertilização in vitro”, explica a médica Gérsia Viana, especialista em Reprodução Humana e diretora médica do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva

O diagnóstico da varicocele pode ser feito através de exames físicos já que essas veias são visíveis ou palpáveis. Alguns exames de imagem, como ultrassonografia testicular e cintilografia dos testículos, auxiliam no diagnóstico. Em alguns casos o tratamento cirúrgico é indicado para evitar a atrofia testicular (diminuição do volume) ou sintomas como dor no testículo afetado. Pacientes sintomáticos devem consultar seu urologista. Nos casos que têm indicação cirúrgica, a cirurgia consiste na ligadura das veias varicosas. O procedimento tem por objetivo normalizar a circulação e fazer com que o órgão volte a produzir espermatozoides com qualidade. Três, seis e até nove meses após a correção cirúrgica são realizados exames de controle para avaliar os novos espermatozoides.

 Hábitos de vida X fertilidade masculina

 “Além da varicocele, vários fatores podem comprometer a fertilidade masculina, dentre eles causas hormonais, genéticas, ambientais e hábitos de vida”, afirma Gérsia Viana. O tabagismo, o uso de anabolizantes e de drogas e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são fatores que podem comprometer a fertilidade do homem.

A baixa produção de espermatozoides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozoides e a qualidade do sêmen são alguns dos fatores que influenciam na fertilidade masculina. Há também causas genéticas que podem levar a ausência de produção de espermatozoides (azoospermia) ou concentração muita reduzida de espermatozoides no sêmen (oligozoospermia severa).

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) também podem causar danos ao aparelho reprodutor, causando infertilidade.

 A exposição a fatores ambientais (poluição, agentes químicos, solventes, pesticidas e alguns metais pesados) é outro fator de risco para a fertilidade.

 Prevenção

 Não fumar, ter uma alimentação saudável, evitar consumo excessivo de bebida alcoólica, fazer sexo seguro, praticar atividade física regular, controlar o estresse e dormir bem são hábitos que ajudam a preservar a fertilidade masculina.

 Além dos hábitos saudáveis, os exames de rotina e a consulta ao urologista são fundamentais para manter a saúde em ordem. “Uma parcela considerável da população masculina não tem como rotina a ida ao urologista, ao contrário das mulheres que, geralmente, por volta dos 14 anos começam a fazer consultas anuais ao ginecologista. Muitos homens só buscam ajuda médica quando já apresentam uma patologia instalada. A ida ao urologista é fundamental para prevenção”, afirma Gérsia Viana.

 

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