O maior evento literário do Norte Nordeste e o segundo maior do Brasil está avançando não apenas na quantidade de público como também na qualidade da programação. “Nesta edição, por exemplo, estarão presentes 58 autores nacionais e internacionais”, destaca Vanessa Dantas, coordenadora geral do evento. Cachoeira, 17 de outubro de 2024.A cidade é Cachoeira, 120 km da capital baiana, considerada Monumento Nacional, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional em 1971. O município é situado no recôncavo sul, depois de Salvador, é a cidade baiana que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco e o maior estaleiro cultural independente do Brasil. Foi sede do governo durante a Guerra da Independência. Ali foram organizados e treinados os batalhões que lutaram em Salvador e em Cachoeira contra os ataques portugueses.Em sua 12ª edição, a Festa Literária Internacional de Cachoeira — Flica, evento que é totalmente gratuito, promove uma reflexão que mescla a literatura da Bahia com as mais diversas manifestações culturais e populares. E o tema deste ano é “O mundo da literatura em festa”.A Flica reúne debates, apresentações e intervenções artísticas, encontros literários, lançamentos de livros, sessões de espetáculos, contação de histórias, apresentações literárias, exibição de conteúdos audiovisuais e apresentações de filarmônicas, realizada entre os dias 17 e 20 de outubro, deste ano.A Festa Literária Internacional de Cachoeira acontece desde 2011, e já se tornou tradição na cidade de Cachoeira e no Recôncavo Baiano, onde, pelos palcos da Flica, já se passaram autores e autoras, e personalidades de nomes nacionais e internacionais. Nesta edição, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos, que vão sediar diversas atrações imperdíveis. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. Na abertura oficial, nesta quinta-feira (17), a diretora-executiva da Fundação Hansen Bahia, Vanessa Dantas, tem a expectativa de superar todas as anteriores edições da festa literária. “De 2022 para cá, a cada ano temos superado em público. O último registro tinha sido de 40 mil pessoas, em 2022 registramos 60 mil, em 2023, 80 mil e quem sabe agora na, 12° edição, alcançar 100 mil pessoas”. Já a Vice-prefeita da cidade de Cachoeira, Cristina Soares (PSB), resulta que é um papel transformador da Flica na realidade literária e cultural da cidade e do estado da Bahia. “É uma honra para nós e é um prazer que o mundo da literatura em festa aconteça aqui na Heróica Cidade de Cachoeira. Sejam bem-vindos e vida longa à Flica”. O secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, reforçou o quanto o Governo acredita, valoriza e investe na promoção de feiras e festivais literários na Bahia. “Nós estamos aqui como potente e caloroso recado para a Bahia e para o mundo de o quanto vale a pena se investir em educação, em cultura e acreditar no potencial que o nosso povo tem”.Para o diretor-geral do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), Marcelo Lemos, a Feira é um fenômeno e evidência toda a pujança e a potência das forças literárias do estado. Casa do Governo.Com uma programação intensa espalhada em oito diferentes espaços da cidade, a Casa do Governo, que funciona na sede da Fundação Hansen Bahia, reúne um conjunto de ações de um total de 13 secretarias.Este ano, a Empresa Gráfica da Bahia (EGBA) traz um pedacinho do seu parque fabril, com a produção de um jornal diário, impresso, desta quinta até sábado (17 a 19) com matérias curtas e fotos do que aconteceu na Casa do Governo, distribuídos aos visitantes. Na programação da Casa do Governo, desta quinta-feira (17), a abertura oficial ficou por conta da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que levantou o astral do espaço com a Banda de Música da Polícia Militar da Bahia, comandada pelo maestro Wanderley, e o Coro Sinfônico. Em seguida, Carolyne Amorim, secretária de Política para as Mulheres (SPM), ministrou uma aula de yoga voltada para mulheres e o lançamento do livro “Um homem chamado Dorgon”, do autor Jackson Preto, pela Fundação Pedro Calmon (FPC).Uma rodada de oficinas movimentou o espaço com abordagens da cultura da infância, jogos teatrais e músicas populares oferecidos pelo Centro de Cultura Popular e Identitária (CCPI), e a prática de Heels Dance, ensinada pela professora Talita Lima da FUNCEB. Também marcou presença a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Na sexta-feira, (18), segundo dia, tem início na Casa do Governo uma série de rodas de conversa que agregam temas como “Presença das Mulheres na Literatura”, “Economia Circular e Sustentabilidade”, “Repertório de Escritas para Diversidade”, “Juventude, Leitura e Processo Criativo” conduzida pela romancista Júlia Grilo e, para encerrar, “Gingando com a Produção Científica e Literária sobre a Capoeira”, acompanhada de uma roda de capoeira organizada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).Ao longo da sexta-feira, haverá o lançamento do livro “Os Povos Ciganos”, pelo CCPI, e do Selo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, pela FPC. Outra atração que não passará despercebida e fará a alegria da criançada é o Robozão, um robô móvel comandado por controle remoto da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), que volta a aparecer no sábado.Fundação Hansen Bahia (FHB): A Fundação Hansen Bahia é uma entidade cultural, pessoa jurídica de direito privado e patrimônio próprio nos termos da lei civil, sem fins lucrativos e reconhecida de utilidade pública pela Câmara de Vereadores do Município de Cachoeira, no dia 27 de outubro de 1981, cujo projeto de lei tem o número 03/81. Aperfeiçoar o homem através da arte e da cultura sempre foi um dos propósitos da Fundação Hansen Bahia, a parte educacional e social, a mais importante.